terça-feira, 22 de outubro de 2013
E eis que a minha nova criação está em casa!
Acima, está a capa de meu novo livro de poesia (ADAPTAÇÃO DE UM VELHO TEMA). Se o amigo tiver interesse em adquiri-lo, é só me mandar um email: rodrigopbernart@hotmail.com ou me dar uma ligada: (51) 3481 3351 ou (51) 8427 1182.
Sempre lembrando que o meu livro de contos (UM PIOLHO NA TERRA DA POLÍTICA) está à disposição pela minha conta no bookess: www.bookess.com/profile/rodrigopbernart.com .
Um forte abraço!
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Agora sou cadastrado na bookess.com .
O amigo(a) pode acessar o meu livro de contos (UM PIOLHO NA TERRA DA POLÍTICA) e ter acesso à minha conta pelo link que segue: http://www.bookess.com/profile/rodrigopbernart.com/
E não se esqueça o meu primeiro livro de poesias (ADAPTAÇÃO DE UM VELHO TEMA) já está no forno...
Um forte abraço!
O amigo(a) pode acessar o meu livro de contos (UM PIOLHO NA TERRA DA POLÍTICA) e ter acesso à minha conta pelo link que segue: http://www.bookess.com/profile/rodrigopbernart.com/
E não se esqueça o meu primeiro livro de poesias (ADAPTAÇÃO DE UM VELHO TEMA) já está no forno...
Um forte abraço!
terça-feira, 6 de agosto de 2013
No dia 6 de agosto deste ano, passei por um momento muito especial: voltei a uma das escolas que frequentei quando era criança e participei de um momento cultural que contou com a participação da comunidade escolar.
A escola em questão é a E.M.E.F David Riegel Neto.
Agradeço o modo que fui recebido e a tarde maravilhosa que me foi proporcionada.
Segue abaixo, aos participantes e amigos visitantes de meu blog, algumas fotos da ocasião:
A escola em questão é a E.M.E.F David Riegel Neto.
Agradeço o modo que fui recebido e a tarde maravilhosa que me foi proporcionada.
Segue abaixo, aos participantes e amigos visitantes de meu blog, algumas fotos da ocasião:
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Agora é oficial: dentro de alguns meses estarei publicando o meu primeiro livro de poesias!
O livro será pela Chiado Editora, de Portugal, e terá uma maior tiragem do que o primeiro livro (que está à disposição abaixo neste blogue!) e terá publicação nacional e internacional.
Com o tempo, deixarei descrito aqui as livrarias onde o livro ADAPTAÇÃO DE UM VELHO TEMA poderá ser encontrado.
Enquanto o lançamento não chega, deixo abaixo alguns dos poemas que estarão na minha próxima obra literária.
Atenciosamente,
Rodrigo Pazini Bernart.
O livro será pela Chiado Editora, de Portugal, e terá uma maior tiragem do que o primeiro livro (que está à disposição abaixo neste blogue!) e terá publicação nacional e internacional.
Com o tempo, deixarei descrito aqui as livrarias onde o livro ADAPTAÇÃO DE UM VELHO TEMA poderá ser encontrado.
Enquanto o lançamento não chega, deixo abaixo alguns dos poemas que estarão na minha próxima obra literária.
Atenciosamente,
Rodrigo Pazini Bernart.
Veritas, veritas...
Vejo que apenas escrevo o desnecessário
Seguindo os motivos do velho judeu
De sua inimizade para com o inspirador
Da construção da cultura germânica
Ignorando qualquer princípio da arte
Que vai além do ornamento estético
Minha poesia é apenas o meu egocentrismo
Exposto ao universo por minha jactância
Já é demasiado tarde
Meus olhos não conseguem se fechar
Porque apenas penso em uma pessoa
Pueril em todos os aspectos de sua existência
Mais bela do que qualquer outra mulher existente...
Transtornado aqui estou
Diante de mais uma mudança abrupta
Do introito de meu escrever
Seu pesar demasiado extenso
Sua lógica em não ter inspirações externas
De vidas existentes, glórias e decepções
Sou deveras incompetente ao descrever
As maravilhas (que são poucas!) existentes
E as grandes frustrações e o real supérfluo
Que hoje já é quase a totalidade existente
Amargo absinto da vida
Que me deixa ébrio e pensativo
Vesano diante de cálculo regressivo
Analisando o tempo que me resta
Para que a minha morte
Colapso de minhas desventuras
Não significará algo relevante
Mas obviamente será mais significativa
Do que esta simplória vida
Que eu vivo e não arranco de outrem
Singularidade maléfica de meu pensar
Risco atribuído a outras existências
Questões de coações involuntárias da moral vigente
Paralelo que verificou-se por distinções
Modos da articulação cultural
Do projeto de minhas grandes arquiteturas poéticas
Que não superam as linhas de agora
Incrível é este oceano
Que guarda toda a minha infelicidade
E não tem qualquer curso a seguir
Estratagema de existência vital
Paralelos que geram ondas
Misturando-se assim às ideias
Nenhuma conclusão e/ou idiossincrasia
Apenas são os suspiros dos ventos
E suas inúmeras levas microscópicas
Incapazes de se fixarem ao humano
Trivial cotidiano maléfico
Em que me desprendo de qualquer ato
Que poderia superar o dicionário
As enciclopédias existentes
E outras coisificações do universo humano
Cemitério que guarda os meus ossos
Sem qualquer recordação escrita
Ou objeto para fazer viver em outrem
(Como se fosse realmente necessário)
A memória de meus atos e palavras
Talvez este assunto seja parte da psicologia
De sua crítica estudantil e teórica
Ou de sua praxe não explicada
De forma a ser parte do conhecimento de alguém
Como se ambos os casos se perdessem
E se odiassem em momentos magníficos
Ou se amassem diante das glorificações universais
Pensamentos são desvios necessários
As artes de outrem, os princípios desconheço
E as minhas, nem ao menos sei o que elas são
Sei apenas que a arte é autossuficiente
E não sei se me trará memórias de além-vida
Se os significados se apresentam por humanos
Ou se os pesares são apenas da viuvez
De alguém que jamais deixou de ser solitário
Incrível encontro das eternas inimigas
A insônia e a madrugada
Encontram-se no horário do descanso
E o poeta não consegue se esquecer de seus fantasmas
Tão distante de seus minutos de fuga necessária
(E nem ao menos sabe se os merece...)
Filosofia, quartel do soldado pensador
Discursos lógicos fora da lógica vigente
Amargura do tempo que se perdeu
Diante de seu único reflexo
Ópera totalmente desarmônica
Música previsível com o seu velho cromatismo
Destruindo as raízes do tradicionalismo
Fixando os pontos que serão encaminhados
Diante de um futuro de indivíduos
Em que morrerá a própria essência selvagem humana
Comédia triste e involuntária
Caminho de todos os extremos
Polaridades portadoras do desequilíbrio
Ruínas de minha mente
Sagas de idiossincrasias que não trazem mais alegrias
Cruz de todas as minhas derrotas eternas.
Ter e poder
Pecado original
De minha alma surgiu
E prevaleceu aos santos
E é o corolário
Dos passos da sociedade
E dos restos carnais
De homens ilustres
Pecado é morte!
Sei de tal hipótese
Mas sei que de ti
E para o teu ser
Nenhuma de minhas atitudes
Pode desaparecer dele!
Sei meus ensinamentos
E meus dogmas malditos
Desta espécie suja
Mas sei que teu corpo
Escurece a verdade cristã
E torna-se escândalo
Diante de moralismo sujo.
Noite de insônia
Noite de insônia
Em que durmo acordado
E penso na realeza
Dos que dormem
Nesta vila agreste
Noite de insônia
Em que tal intempérie
Fulgura do varonil pesadelo
E as almas se encontram
No passado de minhas ilusões
Esta é mais uma noite
Em que durmo triste
Por não ter esperança
E ela não estar do meu lado!...
Sonhos que se acabam...
Despertei repentinamente
Para todas as desilusões do mundo
Pude perceber incógnitas
Mas jamais resolverei os problemas de outrem
Pois nem os meus sou digno de decifrar
Minha situação vital
(Eterno estratagema sem norte)
Se consiste apenas na omissão
E eu não tenho erros para consertar
E também não tenho conquistas
Pois este é o meu câncer:
Existir sem ser, fazer sem agir...
Grande ironia vulgar
Desta maldita história
Que acabei por criar e ocultar!...
As passagens temporais de décadas
Não me são superior
Aos últimos fetos que morreram
Antes da probabilidade de existir.
Poema humanitário, solitário e triste
Se um suspiro de liberdade
Basta para felicitá-la eventualmente
De brandos calados
Todas as vozes da escravidão
Que se apodera de mim
Em constantes progressões funestas
De uma ação isolada
Poderei fazer amor com a humanidade inteira
Meus versos, constantes mudanças
De frases, palavras, organização
São apenas uma vil repetição trivial
De tudo o que sinto e faço ou não
De todas as idiossincrasias que existem em mim...
Até as que desconheço totalmente.
Eu como necessidade desnecessária
Um dia os artigos científicos
Como presenças preliminares
Se acabarão como algo efêmero
Nesta nódoa que se expande
Como um câncer frio e desnecessário
E quando as ferramentas sumirem
Com todas as teorias pragmáticas
Não mais restará outro agir
Para a minha alma demasiado aflita
Neste campo de concentração em que vivo eternamente...
Diante de corolários palpáveis
Minha voz nunca será esclarecida
Ao nível de ser compreensível
Qualquer oratória de idiossincrasias
Pensamentos e ações de tudo o que me domina
E me transforma em herói
E me transforma em vilão
Meu princípio aflitivo
Análogo à esperança que me faz sorrir:
Nada do que sinto é semelhante ao imaginário de outrem.
Corrida nuclear supérflua
Vultos, fantasmas, imagens vivas
Capturam os meus pensamentos
Adentram em meus sonhos
Como provas vivas e divinas
Cartazes do grande espetáculo existencial
Vidas que posso viver
Corolários demasiado próximos a mim
Hipóteses que são inimigas minhas
Pois observo tudo o que me cerca
E sei que tudo está certo
Maravilhosas histórias de amor se aproximam
O meu melhor amigo é o Universo
Meu pior inimigo sou eu mesmo...
Vejo que não escrevo mais como outrora
Porque agora sinto vontade de viver...
E não sei se isto de fato é bom
Parece lógica a necessidade de vida
Para um indivíduo análogo no físico carnal
De qualquer humano existente
Sou um grande diplomata ao escrever
No introito das cerimônias modais
E fico mudo diante do meu final.
Crise, guerra e pergaminhos...
Retorno ao meu lar
Após outras “grandes festas glorificantes”...
E o tempo ainda é demasiado largo!...
O grande vazio de meus significados existenciais
(Este eterno paradoxo que me atormenta
Mesmo sem ter qualquer tipo de personificação...)
Ainda continuará a dormir em minha cama!...
Perdido na eterna distância de meus desejos
Neste campo desarmônico em que deposito minhas últimas composições
Apenas faço pedidos impossíveis ao vento
Ao deserto que me afasta de todos
(Até de mim mesmo!...)
E vejo que nenhum suspiro me livrará de minhas praxes indeléveis.
Mais um mandamento
Ela foi embora, o ignorou totalmente
Ele escuta suas músicas
Observa os seus velhos livros
Dispersos na bagunça de sua estante
E não para de recordá-la
Sente uma saudade excêntrica
Perante sua solidão possível por causa dela
No mundo inteiro não existe em quem mais pensar
Seu amor a deixou partir
Afinal, um sentimento sincero jamais se torna adversário da liberdade
E ele morrerá com tais angústias e alegrias
Pois um sentimento puro jamais se apaga.
Oração
Que eu aprenda a observar as virtudes de cada indivíduo
Que, antes de adentrar em qualquer tipo de relacionamento,
Eu me prepare para os meus deveres
E me valorize acima de qualquer egocentrismo
Porque só assim estarei preparado para me comunicar com outrem
Escutando ao máximo, falando apenas o necessário
Que eu consiga me livrar do ódio,
Do fanatismo e qualquer outro desgaste espiritual
Porque todas as minhas falhas são filhas de minha incompreensão
Que eu consiga entender que devo ajudar
Para que minha paz seja encontrada
E que o significado da vida é não ter inimigos
Que me venha a humildade, verdadeira sapiência
Para que eu não mais esconda minha identidade
Pois só assim conseguirei viver.
Aviso aos que chegaram até aqui
O indivíduo que analisar minhas repetições
E, mesmo assim, continuar a ler os meus poemas
Das duas opções, se enquadrará em uma:
Ou é alguém que ignora qualquer beleza e estrutura literária
Ou se trata de um cidadão que verdadeiramente sofre
Sente minhas alegrias e minhas frustrações...
Ignoro totalmente os que se encontram no primeiro caso
Mas me sinto satisfeito se alguém pertencer ao último
Porque assim o universo estará provando que não sou louco
E sim o fato de a humanidade precisar de tratamento urgente.
Rodrigo Pazini Bernart
Sou um indivíduo fora de meu tempo
Não sou antigo e nem futurista
Porque não são a minha ideia em meu corpo
E o meu pertencer ao presente
Agentes de minha repartição, desgaste sem projeções
Ou análises verdadeiras ou falsas
Mas sim o meu espírito aflito
Órfão de significados, nascente de um rio desconhecido
Que me traz um eterno descontentamento
Para com os universos posteriores
E diante de todos os meus atos
Que, não só me trouxeram aqui,
Elaboraram um vazio insaciável
De minha mente, meu câncer e o ponto final
Este paralelo que nunca chega.
Pare, escute e... fale!
Dançar através de versos me é tão simples
Que acaba por me amedrontar diante de dois extremos:
Um é a falta de biografia perante belezas impostas
(Falo com exclusividade sobre as minhas...)
E o outro é à velha questão da utilidade...
Será que existe algum acréscimo
(Pessoal e/ou social)
Nestes meus rabiscos desequilibrados?
Hoje é um dia igual aos demais
E esta verdade me é um monstro indomável
Porque ela ainda me apresenta como escravo das dúvidas
A literatura é o primeiro foco de minha vida
Nada me vale mais do que esses fenômenos
Alguns poderiam me dar total razão
Outros poderiam descrever minhas aflições através de tal convicção
(E não estariam completamente enganados...)
Mas ninguém conseguirá calcular o que em mim reside
A vida é um martírio sem recompensa
Não desejo esta amarga cruz a ninguém
(Nem aos santos e nem aos piores criminosos)
O amor e sua eterna distância
É, antes, um demônio indomável e incalculável
Sangue podre é este que cai e se prolifera em mim
Aquece o que jamais deixou de ser frio
Meu espírito está se esgotando
Decomposição que já iniciou sua contagem
Antigo sintoma que em meu corpo regressa!...
Não faz qualquer diferença o sentido de agora
A sinfonia já não é equalizada
O equilíbrio não mais é possível
As mentiras que sempre criei estão a cicatrizar
Cada destino, cada heterônimo, cada visualização...
Não sou plausível, pois não existe o além zero de meu certame.
Alfabeto invertido
O ato de se iniciar, desenvolver e finalizar
É apenas um contexto, convenção
Harmonia para todos por ser previsível
O tradicionalismo é uma fuga
A liberdade é o maior demônio dos mortais
Ela nos suja com a inconveniente responsabilidade
Princípio que ninguém pretende seguir
E como encerrarei uma ironia?
Pois bem: “Era uma vez um poeta...”
Adaptação de um velho tema
Estranha é a espécie humana
A população se aglomera, o indivíduo fica solitário
O estratagema social fez do sono algo sublime
Único paralelo que ainda pode nos trazer paz
Mas que se atormenta com imagens exteriores
A confusão, filha da ausência do verossímil,
Está nos subúrbios de meu inconsciente
Como em algum esconderijo não mais secreto
À vontade de estar além desta irracionalidade
Quero ser superior à burocracia que me cerca!...
Ontem eu conseguia mover os músculos de meu corpo
Viver, sem sentir a vida!,
Tudo está muito distante...
Não sei se cheguei a perder o foco de meu certame
Às vezes, sinto que nunca cheguei a tê-lo
Com certa estranheza me lembro que tenho sangue
Simples, mas o trivial também é complexo...
Meu poema de agora é um resto
Algo que não deverá ser utilizado
Sempre penso no retorno de minha (in)felicidade...
Aqui, não sou e não tenho nada
As palavras se anulam neste interior de justiça universal.
Dúvida eterna
As noites são todas iguais
A velha coruja descansa em sua observação
Sangue é a cor do escuro e frio
Sinestesia é esta minha loucura
Mar de gelo, ausência de minha esperança!...
Meu foco se torna mínimo
Sonho com um futuro melhor
Meu inconsciente é o registro glorioso
Paralelo significativo, abstrações
De um desejo, ânsia insaciável
Pretendo alcançar o necessário
Que não é mais do que a utopia de meu tempo
Hoje, assassinos são heróis
Primatas inferiores são aclamados como gênios
O medo de usar virtudes internas
Projeto pseudointelectual que transforma-se em cópia barata
Faz do rico um guardador de sua fortuna
E do homem um mistério cada vez mais distante...
Escrevo por escrever, passar o tempo
Chegar próximo à morte
Esquecer o que fui e sou
Quebrar as grades desta cela
Sou um simplório prisioneiro
Desconheço-me neste lodo de cansaço e desinteresse
Guerreiro de uma guerra sem disputa
Herdeiro da vergonha de meu íntimo
Contento-me em ser a preparação do caminho
(Nem isso sei se deveras sou!...)
Sei que não sou princípio e nem fim de nada
Já se foi o tempo em que pensei ser qualquer coisa...
Mas deve existir, se escrevo, alguma utilidade nestas linhas
Desconheço o berço destas minhas análises excêntricas
E o princípio, ou seriam princípios?!,
Que me faz abraçar-me com uma convicção doentia
Sinto-me eterno merecedor da solidão
Amante fria e indiferente que se apodera de meu ser
Minha respiração é angústia sufocada
Hinos grandiosos saem de meus desabafos
Feios e tortos, com formas no mínimo duvidosas
Guardo as dúvidas com uma diligência inexplicável
Pelo bem ou pelo mal, cada vez maior é minha produção
Este câncer de meu ser é a exposição de agora
Não existem outros paralelos além desta vitrine...
Escrevo,... e nem sei se isto é deveras positivo.
Sensibilidade (II)
Escutei um som diferente que veio do exterior
Uma harmonia, delicada sinfonia
Hinos em louvor da paz silenciosa de pequenos atos
Confirmação de que os brados negativismos são destruições
Uma dualidade entre o superficial e o verdadeiro
As estradas diversificadas e a pueril individualidade
A chama de uma revolução que se expandirá
Um congresso de anjos, lereias de homens
Escutei o sofrimento, caminhada milenar
A sensação que supera as reais condições
Um abismo escondido dentro de mim!...
Pensei nos discursos, lembretes esquecidos
Na miserável condição de um ser inquieto
Amaldiçoado por sua própria mentalidade
Entregue a uma selva superior à sua própria essência
Escutei na vida o eterno aprendizado
Instituição mais eloquente do que qualquer política
Obrigações verdadeiras, indiferentes à nossa porca sociologia
Correspondências firmes, pedidos por um local mais humano
Intrigas derrotistas que ainda permanecem...
E um simplório poema não chega a ser indispensável
Mas é nulo, pois o demônio interno parece não ter cura
E tudo é mundo, apenas fuga
A biologia vence e devasta partes do campo criativo
A genética espiritual é esquecida
A ilusão consome a vibração de meus ossos.
Silêncio de um manicômio interno
Retornar ao princípio é sempre difícil
Rever faces que não se deseja
Ter que enfrentar o mundo inteiro
E, ao mesmo tempo, perder a própria armadura!...
Em mim, o futuro é o pior dos espectros
A agonia é a minha personificação completa.
Sentimentos...
Um ventilador que gira sem o vento
No quarto, diante da fria solidão,
Apenas o mancebo e uma corda frágil
A ideia se torna minha pior inimiga
(Me torna inferior, me faz distante de qualquer hipótese!...)
Estou morto, e nada me aparece como sensato
Acima de qualquer racionalidade financeira
Estar ou não estar diante de outrem
E ter ou não ter uma história!...
Corolário vazio, eis então a vida
As ferramentas dispostas para uma peroração sem dignidade.
Prosopopeia
No meio da rua, com o peito aberto para o mundo
Pois as ilusões estão nas instituições
E o poeta não é ser de se esconder em qualquer ilusão
A poesia é a sua pátria maior
As leis que obedece são apenas as do universo
Introito interessante, fixo e imutável
As letras são mais do que letras
Os versos são mais do que versos
Em uma arquitetura excêntrica
Que conecta velhos simbolismos modais
E pensamentos inovadores da ânsia que surge do caos
Eis, então, um resultado imprevisível!...
Reclusão de um indivíduo que nunca está sozinho
Sinestesia que consome o meu oxigênio
Meu alimento, uma chuva suave que limpa a minha alma!...
Me perco nesta loucura proposital
Sinto-me altivo, forte diante de um recanto pessoal
Terminei mais um poema?!...
Não, na realidade eu apenas me reinventei.
No princípio, era a filosofia!...
O belo, o feio, o certo e errado
São apenas quatro abstrações metafísicas
Convenções idiossincrásicas
Resultados dos empirismos do pretérito
Conheço bem toda esta verdade
Mas por que não consigo me sentir bem aqui
Em minha praxe atual
E, ao mesmo tempo, não consigo observar qualquer mudança
(Meu espírito ainda atormenta-se!...)
Ao sinal de atos diferenciados?...
Isto é, não consigo ter outra compreensão
Só a que me mostra à escravidão eterna
E os prazeres supérfluos como donos da humanidade
Nos restos de minhas felicitações ilusórias
Consigo até sentir alguma espécie sanguínea
Aqui dentro desta vil máquina de meu corpo
As efemérides são apenas uma questão de tempo
Mas a minha solidão parece ser infinita
O meu sentimento de outrora
(Pois sei que o já perdi totalmente...)
Foi jogado no lixo de forma errônea
Larguei alguns sorrisos para mulheres
Fantasmas, personificações exatas da ganância
E a mim, nada restou!...
Sou, agora, estes hábitos de autodefesa
Esta ironia em que me escondo diariamente...
Em meu lar, uma música ultrapassada pelo tempo
Da qual os medíocres se apoderaram
Livros de literatura que nascem antes de meu próprio país
Outros de uma historiografia recente...
Quando me entrego a escrever estas vesânias
Consigo, ao menos!, desvincular catilinárias
Me livrar de alguns demônios de cada segundo
Principiar minha ciência
(Com seu caráter corrosivo e hipocrisia simples...)
Travar minhas teorias empiristas
Estas que se formam longe da sociedade
E qualquer verdade que possa existir nela
Sinto que minha solidão é eficaz
Mas sua metodologia deveria ter sido outra...
Meu corpo ainda pretende se satisfazer...
E não consegue, nem assim!, calar as aflições de minha alma
Não tenho nenhum poder no mundo externo
Denominado de “realidade” por todos os de minha espécie
A lógica que envolve o planeta humano em geral
Me aparece sobre a efígie de um nada mascarado
Mas a minha arte não me traz qualquer motivo para sorrir
Destarte, prendo-me neste desequilíbrio racional
Por saber que serei eterno ignorante sentimental
E jamais me apegarei a qualquer um desses domínios
Quem quiser conseguir alguma felicidade efêmera
Deve não procurar algum pedaço do real conhecimento
E ignorar, totalmente, as belas artes de até então...
Se tal felicidade é o objetivo do leitor de agora
Este deve livrar-se imediatamente de minhas letras
As futilidades triviais estão prontas
Arrancam grandes aplausos do universo
São a busca de todos os que se cansam
E têm preguiça para pensar
Ou são desprovidos de significados
Porque não pretendem deixar marcas diferenciadas
E tampouco se apresentarem por identidades necessárias
O planeta implora para surgimentos
E não para esta eterna continuação
Produção industrial de monocultura da mente...
Digam-me o que quiserem os matemáticos
Sei que não existe qualquer cálculo perfeito
Pois sempre haverão desentendimentos racionais
E o certo, em sua real forma, nunca será decifrado pelos homens!
Os sentidos podem ser apenas um grande equívoco
Ou, ainda, podem ser reais!...
Não existe conformidade total entre eles e a ciência
E, portanto, qualquer afirmação é pré-conceito
Mas existe uma divisão demasiado sensível
Entre a ignorância e a maldade
Peças indeléveis de nossos subúrbios
O conhecimento é experiência
E cabe a todos os habitantes deste pequeno planeta
Saberem se apoderar do equilíbrio do universo
Que só será possível através da transparência espiritual
Adquirida no trocar de sonhos e prazeres
O “mal” ainda continuará
Porque ele é a maior ferramenta que temos
Para alcançar o que chamamos de “bem”...
Acontecimentos do pretérito me trouxeram até as danças de agora
A solidão me transformou em poeta.
Mudanças...
Fechar os olhos para abri-los verdadeiramente
Antes de me adaptar a qualquer coisa
Devo aprender que sistema é apenas sistema
Minha posição social, minha indumentária, meu corpo...
Nada do que percebo é minha totalidade
Sincronias, a minha apresentação ainda me é distante
Nem em formatos que me surgem
Menos ainda no meu suposto egoísmo
(Longe de muitas esferas que dominam virtudes minhas!)
Meu espírito não é o meu corpo
A agonia é meu Eu Desconhecido
Sou logo, uma peroração
O desenvolvimento de uma morte
E o surgimento de uma nova vida
(Com formato distinto, convicções...)
Sei que este local ainda não é meu verdadeiro destino
(E sempre se esconde distante de meu ideal!)
As vozes exteriores me determinam escravidão
A minha convicção interna é maior do que minha existência
A voz destas letras é o recurso entre duas letras
(O papel virgem que se limita a simbolismos...)
Penso e arquiteto em mim postura mais digna
Mas sou contrário a qualquer hipocrisia
Poemas meus, incógnita sem cifra completa
O único Hino que consigo seguir
Porque sou também quase insignificante
E meu inconsciente continua a sua proclamação!...
Guerra entre todos os meus heterônimos
Singular ocasião de uma efeméride
Não só de justificativas e/ou convicções
Mas sim de um silêncio eloquente
A ansiedade de um aspirante de si mesmo
E a ação que programa um determinado fim
(Pois as cenas são de um mesmo espetáculo,
Mas carregam suas respectivas orações)
E o meu descansar parece obra inalcançável!...
A noite é demasiado extensa
Meu julgamento interno apenas se inicia...
Representante sou de um subúrbio vulgar
(Concorrência desleal, o centro de minha “personalidade”)
Porque minha estrada apenas se desloca
E suas mudanças constantes são o ciclo de minha confusão
Insônia, e eis que nem consigo novidades!...
Escondo-me através de uma sensação humilhante
Sempre retorno, as possibilidades são nulas...
Sou fraco, pois nem o meu corpo
Matéria excêntrica (e disforme!) que tolera meu espírito
Cabe em meus limites de “Tolerável”!...
Sem construções, o vácuo é a inércia que me corresponde
Sangue que outrora me foi insopitável
O agora me é mais um repentino massacre
Finjo que não me (re)conheço
Tento me concentrar
Mas ter estas malditas convicções
E carregá-las como sonetos de um livro sagrado
Parece uma constância impossível de ser tolerada!...
E sei, mais do que ninguém!,
Que sou injusto comigo mesmo
Não só quando arquiteto-me nesta agonia extensa
Mas também quando nego o que devo
Permitindo-me à mentira
Carregando correntes vulgares e contrárias à minha cruz...
Sem maiores devaneios
(O excesso me é câncer no hino pós-moderno!)
Velhas problemáticas medievais retornam ao cenário
O futuro é um formato ainda em construção
(A correnteza nos leva a um ponto antípoda...)
Pois então a minha vida já se foi... será?
Começo um caminho de renascer
Organizo um amplo processo de planejamento
(Busca pelo que virá a ser!...)
Porque o meu desejo é nobreza fixada
O introito de mim está para surgir.
Cada vez mais difícil ignorar!...
Eles estão aqui, influenciando minha caminhada
Trazendo-me ordens que superam o “bom” e o “ruim”
(Na verdade, eles simplesmente ignoram certas convenções...)
Me ordenando, fazendo de minha vida uma obra
A construção que é superior a mim mesmo
Falam-me de uma missão pré-planejada
Uma construção que residirá na humanidade inteira
Um percurso que me fez caminhar
Uma ordem que é o único norte que a mim cabe!...
Julgamentos internos e externos
Sou um processo, mais do que um simplório pedido de ajuda
(E menos do que a autonomia completa!...)
Porque existe uma rede de entretenimento vulgar
Pequenas coisas se consomem de grandes indumentárias
E é contra o circo da estagnação social do mundo
Paralelo que faz do homem apenas projeto nascituro
É que surgem os poemas da revolta de todos
Santa inquietação, comprou a visão de meu espírito
Me fez amante do campo do sentimento exacerbado
É o local que faz o exteriorizar de meus defeitos
(Estes que não coloco mais em degraus de importância...)
Sou uma biografia de escritas, palavras e atos
A trilogia forma em mim uma unidade
Amargura vencida pela esperança
Amor vencido pela minha vil personalidade
No meio dos mortais, sou um andarilho solitário
Sem maiores encontros, falo de um plural vigente
Sim, estas linhas são o desenvolver de minha missão nesta existência
Escrevo por pensar na caminhada de um planeta inteiro
Disponibilizo-me alguns erros de percurso
Sou também uma exposição de egoísmo!...
Coroam-me com sangue em podridão
Breves festas de uma ironia doente
Neste universo limitado
Metade presente nesta sociedade
Metade presente neste meu pensar excêntrico
As recompensas são mínimas, nulas!...
Escritura salvadora, minha escravidão de momento
Os vivos se tornam mortos, mas as ideias consistentes persistem
Ignorados são os focos suicidas
E tal lógica nos garante que muito haverá de sumir!...
A poesia se expande e os déspotas ficam para trás
Sim, os loucos limpam a humanidade
Muitos fazem teatros vulgares
Mas o progresso surgirá dos indivíduos que verdadeiramente agem
Itinerários triviais, a epopeia é mal interpretada
Sangue é presença única na estrada da ambição social
Minhas letras só são confusas para os donos da demagogia
Mínimo é o grupo seleto que me compreende
E nem sei se esses egrégios senhores concordam comigo!...
Existe uma correnteza, um turbilhão de nosso câncer
Insensato é o sujeito que não quer revolução
Porque só o cego ignora a falta de rumo de nossa sociedade
O tradicionalismo é o demônio que não nos deixa pensar
Somos dignos de escolher a estagnação
Mas não o somos para deixar tal mediocridade às próximas gerações
Sou uma dualidade que carece de estudo específico
Sou uma falha efêmera em palavras e atos do cotidiano
E o arquiteto, um informante dos erros triviais de minha espécie
A nova filosofia já está entre nós
Constituição primordial para a nossa sobrevivência
(Mais do que isso, um paralelo de libertação e renascimento!...)
Eles estão em todas as partes
Nos influenciam, nos ordenam, nos abrem o campo da compreensão.
sábado, 27 de abril de 2013
Deixo à disposição dos amigos a reportagem que eu fiz pelo Jornal Cidade de Eldorado do Sul.
Acesse o link: http://www.jornalcidaders.com.br/node/112
Caso o amigo não consiga acessar a matéria pelo link, podes ficar à vontade para pedi-la pelo meu e-mail (rodrigopbernart@hotmail.com).
Atenciosamente,
Rodrigo Pazini Bernart.
Acesse o link: http://www.jornalcidaders.com.br/node/112
Caso o amigo não consiga acessar a matéria pelo link, podes ficar à vontade para pedi-la pelo meu e-mail (rodrigopbernart@hotmail.com).
Atenciosamente,
Rodrigo Pazini Bernart.
terça-feira, 5 de março de 2013
Deixo o meu primeiro livro de contos à disposição via internet.
Acesse: http://www.4shared.com/rar/bxLPhJk_/Um_piolho_na_terra_da_poltica.html? e faça o download.
Caso você não tenha cadastro no 4 shared, fique à vontade para me mandar um e-mail para rodrigopbernart@hotmail.com e eu lhe enviarei o material.
Atenciosamente,
Rodrigo Pazini Bernart.
GRITO ROCK - ELDORADO DO SUL 2013
Gostaria de deixar aos amigos que foram e que não puderam ir (por motivos externos ou por causa da chuva mesmo) um agradecimento sincero pelo apoio.
O seu incentivo é sempre necessário para que eu continue escrevendo.
Deixei os meus poemas, contos e cartões para o próximo evento; espero a sua participação lá!
Atenciosamente,
Rodrigo Pazini Bernart.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Grito Rock Mundo 2013 - Eldorado do Sul
Está chegando a hora!
Grito Rock 2013 Eldorado do Sul já está bem pertinho de acontecer. Festival integrando esse ano, mais de 30 países em 300 cidades, circulando todo o tipo de manifesto cultural para a comunidade, consolidando-se mais uma vez como o maior evento colaborativo mundial.
Realizado pelo terceiro ano consecutivo na cidade pelo Helldorado Coletivo, o Grito Rock 2013 Eldorado do Sul está cheio de novidades e bastante diversificado. Estréia de Dj, bandas e muito mais: Geluck's DJ (Produtor e Dj de Eldorado do Sul) "debutando" na cidade com discotecagem antenada em setlist pegado e inovador de dubstep e afins, ditando ritmos e ambientando a noite.
Bandas serão três: Suco Elétrico, portoalegrense e cheia de knowhow com repertório energético e newrock, incansável e divertido.
Guaíba é muito bem representado pela parceira de longa data e hardcore até os ossos Alzira, mostrando em três acordes muita força e atitude. Já a abertura da noite fica por conta da estreante e residente local Make SOME Noise, inovando no formato (pois são apenas dois integrantes!) e sonoridade prometendo fazer bonito no que eles mesmos classificam de "electro-garage rock", usando e abusando de sintetizadores, computadores, percussão, instrumentos orgânicos e muito mais.
Confira os links:
Geluck's DJ
Make Some Noise
Suco Elétrico?
Alzira
Além disso tudo, agregam também a esta fantástica noite exposições artísticas de Felipe Romero, leitura poética e lançamento literário do artista local Rodrigo Pazini Bernart , espaço make up para produções de embelezamento com Bruna Espindola, Loja Rock O Selvgem do amigo Carlos "Baio" Ventura, praça de alimentação, e muitas outras novidades te esperam. Parceiros Culturais e essenciais para a realização desse evento são: Secretaria Municipal de Cultura de Eldorado do Sul, Geração Milênio Produtora de Eventos, Jornal Cidade e Botechno Rock Beer.
Tudo isso acontece dia 3 de março, domingo, a partir das 5 horas da tarde com entrada franca para toda a comunidade.
Então já sabe: Grito ROCK Mundo 2013 - Eldorado do Sul está chegando. Curta, compartilhe essa idéia, convide os amigos e venham fazer a diferença também!
O Botechno ROCK Beer - Um Lugar do C@r#lh* e Com Muito Rock'n'Roll! Sempre inovando, orgulha-se do mérito de ser o lugar mais underground, rico culturalmente por excelência e ser o centro das atenções de jovens e adultos, como referência para um novo movimento musical nesta cidade e outras também.
Num ambiente moderno e acolhedor, além de uma carta invejável de ótimos drinks, a casa é especializada em cervejas artesanais e importadas, narguilé, charutos, cigarrilhas e afins. É ponto para todos nós,
de clientes a amigos.
Taí o nosso diferencial!
Desde 2003.
Funcionamento: De terça a sexta-feira a partir das 20h.
Sábado as 21h. DOMINGOS AS 18h.
Capacidade: 150 pessoas.
Recursos: Aceita reserva para eventos. Ambiente ao ar livre ou ar condicionado.
Sábado as 21h. DOMINGOS AS 18h.
Capacidade: 150 pessoas.
Recursos: Aceita reserva para eventos. Ambiente ao ar livre ou ar condicionado.
Rua do Comércio 28, Eldorado/RS
Telefone: 51.9144.6978
E-mail: botechno@gmail.com
Ou, pelo MSN do Pub:
botechno_rock_bar@hotmail.com
O Botechno ROCK Beer - Um Lugar do C@r#lh* e Com Muito Rock'n'Roll!
Acesse http://botechno.blogspot.com/ e saiba mais!
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Gostaria de dividir com os amigos a minha primeira crítica literária:
Estive a analisar as duas obras que nos enviou e pude perceber que, embora não possamos afirmar que se tratam de textos de uma acentuada carga e pujança literária, existe uma evidente mestria na manipulação poética da língua e na articulação da estrutura.
Atentamente,
Natália Reis (da Editora Eucleia, de Lisboa Portugal)
Estive a analisar as duas obras que nos enviou e pude perceber que, embora não possamos afirmar que se tratam de textos de uma acentuada carga e pujança literária, existe uma evidente mestria na manipulação poética da língua e na articulação da estrutura.
Atentamente,
Natália Reis (da Editora Eucleia, de Lisboa Portugal)
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
E o sonho se tornou realidade: acabo de receber a primeira edição de meu primeiro livro!
Abaixo segue alguns contos de meu primeiro trabalho literário.
O livro se chama UM PIOLHO NA TERRA DA POLÍTICA.
Caro(a) amigo(a), se tiveres interesse em comprar o livro ou adquirir o texto completo em pdf, fique à vontade para entrar em contato comigo:
E-mail: rodrigopbernart@hotmail.com
Telefone: 8020 6925 ou 8427 1182
Abaixo segue alguns contos de meu primeiro trabalho literário.
O livro se chama UM PIOLHO NA TERRA DA POLÍTICA.
Caro(a) amigo(a), se tiveres interesse em comprar o livro ou adquirir o texto completo em pdf, fique à vontade para entrar em contato comigo:
E-mail: rodrigopbernart@hotmail.com
Telefone: 8020 6925 ou 8427 1182
A biografia
Acordar, passar o período das imagens
dos sonhos!... perceber-se limitado no universo do “real”. Acontece que a ordem
se inverteu com o personagem deste conto, e esta narrativa (por que não?!...)
fantástica me aparece como oportuna para a atual ocasião. Nem distante de sua
efeméride inicial, menos ainda perto de tal paralelo; Bernardo estava na suposta
“meia idade”. E houve o dia em que o seu sono foi temporário, mas o seu
despertar!... de súbito, um detalhe foi demasiado marcante para ser ignorado: em
suas mãos e seus braços, insetos de todas as espécies (ou eram, no mínimo, a
maioria da biodiversidade suprema de nosso planeta...) cobriam a epiderme de
nosso personagem. Era incrível a questão do espaço, pois era uma imensidão de
vidas minúsculas em um pequeno pedaço de carne humana... mas a sensação era de
um princípio jamais sentido anteriormente: era uma libertação física, uma
limpeza da alma com seres como formigas e baratas (!...). Acomodado com o
ocorrido nada previsível, o homem apenas permaneceu imóvel durante alguns
minutos; até que os insetos saíram de cima de sua pele, se uniram em uma nuvem
que se distanciou e se acabou com a chuva efêmera... Bernardo tentou se
aproximar da poça de água que se formou, mas quando chegou no solo em questão o
líquido não mais se fazia presente!...
E o nosso personagem ficou inerte,
com a companhia única da perplexidade; pensou em respostas, mas todas eram
vazias: não era um sonho, pois foi a extensão do porvir de um despertar
inquestionável; e não era verdadeiramente a morte, pois uma alma jamais
conseguiria se afastar por completo das demais!... as hipóteses da ciência
humana eram pequenas e inúteis para o contexto. Surgiu então um questionamento:
“Como posso arquitetar teorias internas sem qualquer outra presença humana ao
meu redor?!” Bernardo tentou achar respostas, mas nenhuma lhe veio à mente...
teve que aceitar que até o seu espírito individualista e misantropo era
resultado de um conjunto. Mas a sua vivência excêntrica não encontrou sua
peroração diante da construção daquele ponto...
E o que a atmosfera da dimensão, real
e ilusória, trazia ao homem!... não existia ali qualquer peso de consciência
(nem amargura e nem euforia desequilibrada!...), e o caminho oposto era um
universo nulo de purgatório (sem progressões e sem regressões...). Bernardo não
estava ali nem para aprender, nem para ensinar, construir ou destruir... era um
frenesi, uma constância sem escala de itinerário. Estava apenas sentindo o seu
heterônimo mais esclarecido, sem nenhuma crítica e/ou parcialidade. A escuridão
neutra que o cercava se fez presente até a próxima exposição surgir de uma
forte luz excêntrica;... uma sacada, sem andar para cima e nem para baixo,
estava um cidadão inquieto; em seu recanto solitário, seu olhar fitava tudo o
que lhe passava despercebido:
- Mas, ele sou eu!?... – Bernardo fez
o questionamento sem conseguir qualquer resposta contrária.
Se formulou então um estudo, um
autorreflexo sem hipocrisia e/ou catastrofismo; e percebeu que estava além do
bem e do mal, era pequeno e um detalhe grandioso... corrompeu-se às grades da
vaidade humana, Bernardo apenas analisava o seu Eu de Outrora. Mais nada
existia ao seu redor, estava livre de necessidades biológicas e do orgulho. Uma
forte ânsia de dar sinceras gargalhadas, a sua efígie nada mais era do que uma
ironia confusa perante o desconhecido!... estava fixo e inabalável, diante de
sua angústia exposta. Até que o ato de seu Eu fora de eixo se consistiu no
ignorar um outro indivíduo que lhe trazia vulto e o pedido de ajuda. E assim o
ciclo que permaneceu infindável se fez presente em seu espírito.
O real e a superação do místico
Já com a sua passagem sobre a vida
profissional quase resolvida, o velho senhor retornava ao seu lar após um dia
desgastante. “É, não sou mais nenhum guri!...” pensou no interior do carro de
luxo, alheio inclusive à presença do motorista. Estava se direcionando ao seu
lar, para passar uma noite inteira sozinho... sua esposa resolveu viajar após
uma grande discussão de casamento; e, mesmo com o contexto familiar em
decadência, só uma preocupação fazia parte da mentalidade de nosso personagem: “Estou
sem herdeiros, não tenho para quem deixar a minha empresa!...” e a convicção o
deixou revoltado com a sua situação de derrota indelével. Sua ira se expandiu
assim que recordou de seu único filho e a sua indiferença para com os negócios
“da família”...
O pensamento supérfluo do senhor o
fez esquecer que estava indo para a sua residência, e se percebeu de tal
corolário quando o carro parou. Saiu do veículo com o peso habitual, o seu
corpo era uma armadura difícil de ser carregada!... fez questão de dispensar o
motorista e os demais empregados e ficar sozinho na pequena mansão (...). Foi
até a sua cozinha e abriu a sua geladeira: alternativas para se alimentar não
lhe faltavam. Ignorou a comida, sua cabeça rodava em um princípio que
desconhecia a fome... começou a procurar na geladeira e depois no armário:
conseguiu então achar a sua velha garrafa de uísque. Serviu-se de uma dose sem
gelo e a tomou em um só gole!... era o elixir mais amargo de sua existência.
Pegou a garrafa, o copo e foi até o seu quarto; tentou dormir, mas foi em vão!
A luz apagada; não, não era apenas
uma escuridão... era uma matéria que estava no ar e que não deixava o
empresário dormir. Acendeu a luz e lá estavam eles, os espectros que se
alimentavam com as suas falhas humanas: os políticos que lhe eram subalternos,
os empregados que havia demitido e a frieza diante da presença de seus próprios
familiares. Todos o julgavam com um silêncio mais forte e mais eloquente do que
qualquer palavra... foi quando a razão retornou ao seu espírito: “Mas o que eu
fiz comigo mesmo?!” pensou em uma questão que finalmente conseguiu responder
(pois começava o seu processo de limpeza interna...).
O local em que outrora passava um
tempo agradável de sono tranquilo e boas volúpias com a sua esposa, agora era o
abrigo de uma solidão amarga. Respirou fundo, tentou achar alguma possibilidade
na programação da televisão... mas o empresário, obviamente, foi infeliz em tal
busca utópica. Frustrado, indiferentes aos “atrativos” de seu exterior e com o
forte peso de sua idade (a consciência de que a morte estava por perto!...); o
senhor saiu do quarto e ignorou os espelhos que estavam na sua casa
(questionava, com ódio, a existência deles...). Enfim, estava distante de sua
cela e diante de grades e câmeras de segurança!... olhou para a garagem:
poderia abri-la, pegar um de seus cinco carros de luxo e dirigir pela cidade
(para romper o seu próprio cotidiano...). Mas as ruas eram “perigosas” (e
desertas!) durante a madrugada... outra hipótese que foi totalmente descartada!
E a mente de nosso personagem era
demasiado limitada, de modo que foi incapaz de perceber maiores possibilidades
diante da opulência (e sempre foi incapaz de perceber que produziu a sua
própria falta através de suas aquisições materiais...). Foi quando lhe surgiu
uma mentalidade, no mínimo, estranha: “Os problemas de minha natureza só podem
ser resolvidos com a própria natureza!” pensou com uma convicção doentia. E o
que haveria de mais natural do que a água? o nosso personagem resolveu se
banhar em sua piscina... encostou a sua cabeça sobre a borda, sentou-se na
escada. Começou a observar toda a construção daquele lago artificial (com as
suas voltas, uma pequena correnteza e até uma cachoeira!...). “Fantástico é o
que o homem pode construir!” disse a si mesmo e começou a imaginar o que a
tecnologia construiu e o que haverá de construir (ele realmente ficava
admirando o nosso lixo!...). E depois a dúvida maldita retornou com o seu,
recém chegado, niilismo material...
- Para que tudo isso?! que utilidade
existe nas construções e invenções da engenharia humana?!... – falou como se
realmente alguém estivesse a escutá-lo. E continuou ainda com a sua oratória
excêntrica: - e eu: por que construí tanto para não ter absolutamente nada?!
afastei a minha esposa e o meu filho de minha companhia para seguir, de forma
cega!, a minha fria ganância ... – e novamente começou a sentir a derrota
indelével. Tentava fechar os olhos, mas sempre acordava e se percebia sozinho
(apenas o velho uísque a acompanhá-lo...).
Com o passar de mais alguns minutos
(que lhe eram quase intermináveis!...), o empresário se retirou da piscina e
resolveu passear um pouco por seu pátio demasiado extenso. Seu “lar” era análogo
a qualquer presídio, os seus passos eram sempre regulados pela sua posição
social... e o senhor estava abraçado a uma vergonha oposta à ordem da miopia
contemporânea. Percebeu que apenas tinha, mas ainda não era!... e foi uma
totalidade avessa à interpretação do senso comum: pois a imagem de nosso
personagem estava sempre nos jornais e nas principais revistas sociais (...).
Imaginou então uma família pobre, unida em uma mesa para fazer uma refeição
trivial e no meio da conversa do jantar alguém mostrar a foto do empresário e
pronunciar: “Eis aqui um homem de sorte!”. E a vergonha consumia ainda mais o
milionário...
“Estranho é o modo como a solidão me
faz inverter a lógica de minha mentalidade...” pensou e tentou se esconder
atrás de alguma lógica científica, mas o processo gerou um resultado nulo. Tem
certas coisas que superam a trivial “racionalidade”... e a noite continuou o
seu rumo até o empresário se embriagar por completo e fechar os seus olhos por
umas duas ou três horas... se levantou com o nascimento do sol e seguiu o seu
itinerário de sempre antes de se dirigir à sua empresa. Durante o período de
seu trabalho, a sua esposa ligou e se admitiu “arrependida” (queria continuar
com o seu casamento, mesmo sabendo que o seu marido jamais haveria de mudar...)
e deu a boa notícia: o filho do casal também estaria em casa na hora do jantar.
Um sorriso sincero se apoderou da
face de nosso personagem; mas o seu semblante era o resultado de seu sentimento
de vitória (pois, análoga à sua empresa e os seus funcionários, sua família
admitia em atos que lhe era totalmente submissa!...), o senhor nem chegava a
cogitar os questionamentos da noite anterior... era uma parte de sua biografia
a ser esquecida. Não, o empresário não ignorava apenas o passar de uma lua; na
verdade, ele ignorou a missão mais nobre que qualquer indivíduo carrega consigo
assim que nasce.
Testemunho
Tomem cuidado ao pronunciarem suas
frases: se me cabe qualquer direito de dar alguma lição (e nem sei se sou digno
disso...), peço-vos que as palavras sejam bem planejadas antes de serem
colocadas nos ouvidos alheios. Quantos “gênios” a humanidade já produziu para
agredir ela mesma!... oradores, artistas, cientistas que trouxeram caos. E as
experiências “negativas” nos trouxeram, mais do que lições opostas, uma ordem
que é indelével e que adoramos ignorar: Homens, vivam e não cometam suicídio!
Pois o que pensam que estamos fazendo
quando não investimos na nossa própria espécie (as máquinas e um pedaço
excêntrico de papel nos são superiores!...)? o que, realmente, acreditamos como
construção em palavras e atos unicamente momentâneos?
O verdadeiro intelectual é o que
consegue se destacar no campo da moral, não o que domina apenas “conhecimentos
científicos” (estes que são demasiado frágeis, porque sempre são superados); o
tempo passa e ainda somos demasiado carentes, ainda temos sede de usufruir do
que há de mais belo em nossa espécie. Se fossemos deveras meros abutres que se
saciam com a derrota alheia, como o atual sistema burocrático adora falar em
seus atos, as doenças psicossomáticas não estariam se expandindo como agora. Os
nossos corpos (e espíritos!) pagam um alto preço por causa de nossa omissão!...
e a omissão se torna corolário em dois aspectos: a desunião dos homens, estes
que não mais fazem questão de se conhecer (ao menos é isso o que o exterior
parece nos demonstrar...); e os demônios interiores de cada indivíduo (a saber,
o orgulho, a ira, o colocar-se acima dos demais indivíduos e outras
irracionalidades pessoais). Através das omissões, um indivíduo ignora
totalmente o outro.
Ainda temos por praxe o suicídio
coletivo: a burocracia ordena nossos passos e ela apenas desconhece qualquer
princípio humano. Aceitamos, de forma inquestionável, um mundo que se tornou
uma caixa fechada; nem nos esforçamos para melhorar o nosso entorno!... e
aplaudimos os eloquentes, os que nos parecem úteis diante do sistema; e nem
pensamos na hipótese de arquitetar (ao menos isso!...) uma sociedade plural e
deveras sustentável. Essas indústrias e esses comércios são eternos
construtores de crise... e o que mais resta a um indivíduo nesta sociedade em
que ele não pode ser ele mesmo?!
E os julgamentos estão por toda a
parte: ninguém acredita no próximo. Os atos de repreensão são fundados na
vaidade do algoz (em sua suprema necessidade de se manter na hierarquia!...), e
o repensar e refletir são projetos ignorados pelos pais e “mestres”... as
nossas escolas estão virgens, em nenhum momento a recíproca educacional (entre
o educando e o educador) se torna corolário em instituições que só percebem o
ser humano como ferramenta passível de lucro ao sistema (jamais para si e para
o seu entorno!).
A ordem nos é dada com clareza,
durante toda a nossa existência: tudo para o mercado de trabalho, e mais nada
para ninguém. Sim, estamos em uma sociedade doente. Somos insalubres, nascemos
infectados e (o pior que existe para se admitir!) acreditamos que estamos
certos ao se adaptar neste pequeno lodo; mas existe uma luz, muito pequena é
bem verdade, de esperança: pequenos atos, palavras ainda demasiado silenciosas,
e grandes biografias que merecem melhores análises.
Devemos investir em nossa própria
espécie, antes que o nosso opróbrio vigente seja indomável!... devemos, ao
menos, mudar as normas contemporâneas; o asco deve ser o primeiro sentimento em
relação ao agora, época em que incentivamos o egoísmo e temos a audácia de
reclamar das consequencias!
Estamos em uma época de
desconstrutivismo e podemos reparar isso apenas nas graves mudanças artísticas
(algo que não é bom e nem mau, mas necessário). A humanidade não mais concorda
com os frutos que consome do pretérito, e se as ordens ainda são “tradicionais”
é porque a discussão ainda não chegou a um consenso... as discussões se
expandiram, e isso é o maior fruto que produzimos no hoje. Alguém que me lê
discorda? pois então me explicarei com maiores detalhes...
Anarquia não é bem o termo adequado
aos parâmetros expostos na nossa atualidade, o que existe é uma via duplamente
fracassada: o produtor quer se apresentar e ser parte de seu povo, e acaba se
tornando pesado por dar ordens diretas e ignorado pela “incompetência” de se
pôr no Universal acima do Regional (o que não discordo totalmente...); e a
forma como o produtor se encerra e se apresenta é tão distante da mente comum
que a população acaba por fazer questão de expor seu asco aos “rabiscos”,
“palavras sem sentido”... quem recebe algum dom tenta passá-lo adiante: eis
aqui um princípio indelével de nossa espécie. E o fato é que os artistas e
cientistas são distantes do indivíduo “comum” (as aspas são colocadas por causa
de minha incompreensão a tal termo diante das singularidades de cada um...).
Somos todos grandes guerreiros do avanço, e a hierarquia é distante de nossa
natureza.
Observem a nossa juventude: mentes ricas
que são destruídas pela burocracia. A maior beleza de nossa essência vai sendo
lapidada de forma grosseira para esquecer a sua própria primavera. Quem quiser
ver a sinceridade em seu estado mais puro, deve ver o semblante de uma criança.
E ainda descuidamos e anulamos (!) a personificação exata do futuro...
E a rebeldia de nossos “jovens mais
velhos” é uma forte agitação contra a cegueira dos adultos; e os rumos mudam, e
a falta de visão também pode ser recíproca!... proteger, incentivar e/ou formular
a mudança da mentalidade em outrem é ainda um processo demasiado frágil; pois
queremos julgar e não queremos nosso julgamento, tentamos entender o outro mas
não nos esforçamos em nada para procurar interpretações mais amplas do reflexo
do espelho. Revolução, mudança abrupta de rumo e meio de vida: eis o que
necessitamos constantemente. Somos projetos passíveis de “derrotas” para as
gerações futuras... e estamos, na atual conjectura, há séculos cometendo os
mesmos erros!
Onde estão as revoluções?!...
Catarse do pretérito: a trilogia idiossincrásica
Tocando o seu violão com o prazer que
sempre tinha diante de tal ato, Giuliano estava em seu campo de vida: arpejos,
ascensões harmônicas, cromatismos pré-programados e uma melodia única (singular
por sua beleza espontânea!). Estava fazendo os seus improvisos, só conseguia se
sentir bem dentro deles; outrora o seu talento musical lhe rendeu um convite
para uma grande orquestra, mas o tempo transformou maestro e músico em rivais:
um queria apenas seguir o que estava escrito na partitura, o outro queria
enriquecer os sons clássicos com os seus improvisos... Giuliano foi expulso da
orquestra e de todos os empregos que teve anteriormente. O fato de apenas
pensar em música lhe fez ignorar as “oportunidades” (?!...) da vida,... e lhe
restou um único emprego para fazer os seus improvisos harmônicos no bar: era
tudo o que queria; e, para isso, ignorava o próprio mundo financeiro... vivia
de qualquer jeito, mas era feliz porque nunca se separava de seu violão.
Ignorando a bela projeção musical que
saia do violão de Giuliano (este que ignorava qualquer existência exterior ao
seu instrumento...), Régis erguia o seu copo com cerveja e fazia questão de
brindar com todos (e erguia a sua voz sem maiores cerimônias!...): era
sexta-feira!... e não havia outra sensação para se retirar do recinto além do
espírito de festa. Belas mulheres, música de qualidade, a bebida na temperatura
certa!...
E lá no canto, distante dos demais (e
de qualquer possibilidade de ser visto por mais alguém além do garçom!...),
João Cláudio observava o seu copo (cada vez mais vazio!...) e o grande músico
que estava no palco. “Ao menos, sobrou algum talento neste mundo!...” pensou
com a mesma amargura que guardava no introito de sua existência. Fitou então
Régis e todos os indivíduos que se divertiam com ele:
- Como esses imbecis conseguem
ignorar o talento do jovem que está se apresentando?! – falou em voz alta
enquanto deu um soco na mesa. Olhou para o lado e teve uma grande surpresa: o
garçom retornava ao seu encontro. Surpresos, um com o ato e o outro com a
presença!, não perderam a classe... e agiram de forma natural.
- O senhor gostaria de mais um
drinque? – perguntou o garçom com sua postura hipócrita de sempre.
- Por favor, mas desta vez sem gelo.
– respondeu João Cláudio.
O ébrio, após observar mais uma vez o
músico e ouvir o som sublime daquele violão, ignorou que chegou a pensar em que
imagem sua estava transmitindo ao garçom; e este, de forma totalmente discreta,
pediu a um dos seguranças para que ficasse de olho no “louco” que estava
bebendo demais... e retornou à mesa, serviu o drinque e continuou sua praxe.
João Cláudio tentava esquecer, mas os
espectros não saiam de sua cabeça: as oportunidades que nunca teve e as que
deixou passar!... Régis aproveitava a festa que se justificava após a árdua
semana de trabalho... e Giuliano saboreava a sua música, de forma a ignorar
todos os indivíduos ali presentes (até quem lhe garantia o sustento!...).
Chegou o final da apresentação do
nosso músico: pegou o seu violão (e o seu pagamento!...) e se direcionou à
saída. Régis continuou bebendo com os seus amigos, o seu espírito em êxtase ignorou
o final da música (nem havia reparado no introito dela...). Giuliano só queria
saber de seu lar, só pensava em voltar a fazer os seus improvisos no sofá de
casa (era o local e o ato que mais lhe apraziam!). João Cláudio fazia questão
de parabenizar o talento do músico, chegou perto dele (que foi pego de surpresa)
e lhe cumprimentou:
- Gostaria de agradecer pelo que me
deste hoje! – falou o ébrio em tom de emoção.
- Mas o que foi que lhe dei? – disse
o músico perplexo.
- Sempre venho a este bar escutar os
músicos. – voltou a falar João Cláudio, enquanto Giuliano pensava: “Mas eu não
perguntei nada a esse indivíduo!...” De qualquer forma, o cliente do bar
continuou a sua oratória: - E você é o melhor de todos os que já vi! não sabes
o quanto acrescenta à vida deste simplório ébrio!...
Sem conseguir arquitetar qualquer
resposta, Giuliano se percebeu em uma pequena incógnita que não merecia morrer
com o silêncio: o velho deixou perceptível a sua desilusão para com a vida, mas
(e principalmente!) o dom de admirar a boa música (?!...). O nosso jovem músico
soltou a única frase que lhe parecia oportuna diante da situação:
- São para pessoas como você que eu
faço minhas melodias!... – após essa frase, cada um foi para o seu respectivo
lar: o músico sentou em seu sofá e tocou o seu violão, e o ébrio foi à sua cama
com um sorriso verdadeiro no rosto...
Diário
- Já conheço este local de outras
primaveras,... e afirmo novamente que nada aqui me é estranho. Senhores e
crianças presentes neste local: vocês realmente conhecem os presságios?! e
neles a real verossimilhança estabelecida?... é que desconhecemos o reflexo do
espelho. Autoconhecimento, dúvida amarga que está encravada na alma dos loucos.
Sinceramente, a paciência é algo que perdi há muito... e o resultado é o que
sou diante de vós. No meu caso específico, o sonho é o melhor da existência e
ele se alarga em beleza surreal com determinadas memórias... e uma delas me
remete a este local. Os anos passaram, sim esses malditos espectros fugiram de
nós!... e sei que sou humano porque já consegui provar, em atos e palavras, que
sou pequeno. Sim! somos todos indivíduos limitados... contadores de histórias:
é a classificação justa que nos cabe..
“E os determinismos que nos fazem ter
apegos a coisas dispensáveis?!... os processos são meros espectros
superficiais. Somos apegados a gestos, mas ignoramos os atos; somos apegados ao
discurso, mas ignoramos as palavras. A burocracia é uma concretização de nossas
aspirações imediatistas e preferências materiais; ela é a dama que inventamos
quando fizemos questão de ignorar o respeito ao próximo e a sensibilidade
diante das limitações e individualidades humanas... e todas as nossas
instituições, inclusive as de “ensino”, se curvam às ordens dessa horrível
fêmea sem gênero. E eu realmente acredito que a sociedade poderia render mais
se a nossa espécie tivesse liberdade para se desenvolver...
“Solitário, nos templos de meu tempo
os indivíduos são ilhas distintas que não se cruzam (ou fazem isto por mero
interesse particular...), sou mais um diante da atual conjectura. Sonhos
armazenam o lado progressista da humanidade em uma totalidade utópica a qual
denominamos Amor... mas existe o realismo frio que se apega ao descrédito nosso
e nos entrega aos hinos desafinados e distintos das derrotas pessoais de cada
indivíduo. Somos escravos da falta de nortes, pois nossa sociedade se limita à
valorização de lucros materiais (estrutura que aceitamos porque desconhecemos
nossa vizinhança...). Ignoramos, e acreditamos que estamos sendo injustiçados
quando somos ignorados...
“A perfeição me é algo muito distante.
Minhas palavras e os meus atos são filhos de uma ansiedade autodestrutiva (pois
ao final do espetáculo me afasto da plateia de meu exterior para abraçar estes
heterônimos confusos que residem em minhas abstrações digressivas...), sou um
ar indigesto que às vezes pode trazer bons frutos. Em meu ser está fixado o
demônio do egoísmo e do orgulho, mas neste interior existe uma força (superior
à força física!...) que me ordena uma espécie de altruísmo cristão sem nenhuma
recompensa... é uma ordem biológica, necessidade de minha psicologia. E o que
também me amedronta é não conseguir saciar este anjo que está em guerra
constante com os meus demônios existenciais...
“E, como se não fosse já o suficiente
toda esta vesânia presente aqui, tenho um hábito maldito que não consigo
controlar (e decifrar!): sou escritor. Não, não pensem vocês que sou mais um
destes realistas, cientistas ortodoxos que não se baseiam em nada (estou
falando de um grupo específico, mas não de uma totalidade!)... na verdade, sou
um agente ideológico do desconstrutivismo pós-moderno. Pois convenhamos: o que
realmente a humanidade conquista diante das atuais ordens sociais?!... serei um
eterno defensor da troca e inversão, renovação!, de toda a mazela que ainda
tranca indivíduos na irracionalidade temporária vigente.
“Escrevo porque existir é um peso que
não sei se consigo suportar!... no meu cotidiano, uma série de atos triviais e
repetitivos; em meu íntimo estão os planos para concretizar novas ordens, e em
meus sonhos um belo local (uma vida realmente!...) em que sacio meu espírito...
uma dualidade constante que fez de mim um desleixado para com minhas
apresentações ao mundo exterior. Escrevo por causa de uma razão, conhecer-me, e
a ocasião desta “descoberta literária” merece uma narrativa para vocês...
“Madrugada, temperatura agradável
(não estava quente e não estava frio...), e novamente me entreguei à insônia
(não sei mais porque isso não me traz maiores surpresas!...). Fui até o espelho
e saiu de minha boca a maldita questão: “Quem eu realmente sou?!” e então
surgiu, única e simplesmente, o silêncio. Um vácuo que me apresentou como um
eterno amante da inércia!... um grande abutre coberto por fogo estava, pouco a
pouco, se alimentando de restos podres de minha alma. Sinceramente, ele ainda
me persegue; e eu ainda não sei quem deveras sou!...
“Desde então, meus escritos se
expandem; crio grandes teorias, mas o meu silêncio ainda é maior!... um grito
covarde que ouso afirmar que se junta ao de milhares (ou seriam mais?!...) de
indivíduos e que é um tumor do câncer que se fixou na nossa espécie (e que
parece ser interminável!...).
“E este recinto, enfim!, está em mim
e de uma certa forma sou eu. Fechado, desordenado e sem nenhuma aspiração para
além de uma bomba atômica; como lhes disse anteriormente, sou escritor. E foi
aqui que iniciei-me no ofício da velha coruja solitária, nesta cama me
entregava aos projetos e/ou alucinações; esta é a televisão à qual meus olhos
se direcionavam, mas que nunca cheguei a ver; e este é o vazio humano que é o
meu berço!...
“Sim, também levei o meu hábito a
todos os cantos de meu cotidiano...
“Portanto, deixo-lhes senhores uma
ótima noite! mas peço-lhes um pouco de sensibilidade: se destruírem este
quarto, não o façam na minha presença; mas, se possível, deixem esta área como
está. Não sabem como este canto, em que repouso de mim mesmo, me é significativo!...
sairei daqui com a dúvida cruel, não saberei se deveras levarão este espaço de
minha vida a sério. Despedida é esta minha para com vocês, espero que seja um
“até logo” para este ambiente e estes objetos com um valor maior do que o
próprio materialismo...”
Disse o velho senhor, sem conseguir
esconder a sua emoção. Sua efígie parecia mostrar que um grande segredo havia
sido revelado, e que as consequências seriam fortes... virou-se e foi embora,
como se não quisesse mais ver aqueles sujeitos. O ambiente era uma biblioteca,
os seus ouvintes eram os livros e ele era o único indivíduo ali presente...
ninguém escutou o discurso.
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