quarta-feira, 22 de maio de 2013


No princípio, era a filosofia!...

O belo, o feio, o certo e errado
São apenas quatro abstrações metafísicas
Convenções idiossincrásicas
Resultados dos empirismos do pretérito

Conheço bem toda esta verdade
Mas por que não consigo me sentir bem aqui
Em minha praxe atual
E, ao mesmo tempo, não consigo observar qualquer mudança
(Meu espírito ainda atormenta-se!...)
Ao sinal de atos diferenciados?...
Isto é, não consigo ter outra compreensão
Só a que me mostra à escravidão eterna
E os prazeres supérfluos como donos da humanidade

Nos restos de minhas felicitações ilusórias
Consigo até sentir alguma espécie sanguínea
Aqui dentro desta vil máquina de meu corpo
As efemérides são apenas uma questão de tempo
Mas a minha solidão parece ser infinita
O meu sentimento de outrora
(Pois sei que o já perdi totalmente...)
Foi jogado no lixo de forma errônea
Larguei alguns sorrisos para mulheres
Fantasmas, personificações exatas da ganância
E a mim, nada restou!...

Sou, agora, estes hábitos de autodefesa
Esta ironia em que me escondo diariamente...
Em meu lar, uma música ultrapassada pelo tempo
Da qual os medíocres se apoderaram
Livros de literatura que nascem antes de meu próprio país
Outros de uma historiografia recente...

Quando me entrego a escrever estas vesânias
Consigo, ao menos!, desvincular catilinárias
Me livrar de alguns demônios de cada segundo
Principiar minha ciência
(Com seu caráter corrosivo e hipocrisia simples...)
Travar minhas teorias empiristas
Estas que se formam longe da sociedade
E qualquer verdade que possa existir nela

Sinto que minha solidão é eficaz
Mas sua metodologia deveria ter sido outra...
Meu corpo ainda pretende se satisfazer...
E não consegue, nem assim!, calar as aflições de minha alma

Não tenho nenhum poder no mundo externo
Denominado de “realidade” por todos os de minha espécie
A lógica que envolve o planeta humano em geral
Me aparece sobre a efígie de um nada mascarado
Mas a minha arte não me traz qualquer motivo para sorrir
Destarte, prendo-me neste desequilíbrio racional
Por saber que serei eterno ignorante sentimental
E jamais me apegarei a qualquer um desses domínios

Quem quiser conseguir alguma felicidade efêmera
Deve não procurar algum pedaço do real conhecimento
E ignorar, totalmente, as belas artes de até então...
Se tal felicidade é o objetivo do leitor de agora
Este deve livrar-se imediatamente de minhas letras

As futilidades triviais estão prontas
Arrancam grandes aplausos do universo
São a busca de todos os que se cansam
E têm preguiça para pensar
Ou são desprovidos de significados
Porque não pretendem deixar marcas diferenciadas
E tampouco se apresentarem por identidades necessárias

O planeta implora para surgimentos
E não para esta eterna continuação
Produção industrial de monocultura da mente...
Digam-me o que quiserem os matemáticos
Sei que não existe qualquer cálculo perfeito
Pois sempre haverão desentendimentos racionais
E o certo, em sua real forma, nunca será decifrado pelos homens!

Os sentidos podem ser apenas um grande equívoco
Ou, ainda, podem ser reais!...
Não existe conformidade total entre eles e a ciência
E, portanto, qualquer afirmação é pré-conceito
Mas existe uma divisão demasiado sensível
Entre a ignorância e a maldade
Peças indeléveis de nossos subúrbios

O conhecimento é experiência
E cabe a todos os habitantes deste pequeno planeta
Saberem se apoderar do equilíbrio do universo
Que só será possível através da transparência espiritual
Adquirida no trocar de sonhos e prazeres

O “mal” ainda continuará
Porque ele é a maior ferramenta que temos
Para alcançar o que chamamos de “bem”...
Acontecimentos do pretérito me trouxeram até as danças de agora
A solidão me transformou em poeta.

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