quarta-feira, 22 de maio de 2013


Veritas, veritas...

Vejo que apenas escrevo o desnecessário
Seguindo os motivos do velho judeu
De sua inimizade para com o inspirador
Da construção da cultura germânica
Ignorando qualquer princípio da arte
Que vai além do ornamento estético

Minha poesia é apenas o meu egocentrismo
Exposto ao universo por minha jactância
Já é demasiado tarde
Meus olhos não conseguem se fechar
Porque apenas penso em uma pessoa
Pueril em todos os aspectos de sua existência
Mais bela do que qualquer outra mulher existente...

Transtornado aqui estou
Diante de mais uma mudança abrupta
Do introito de meu escrever
Seu pesar demasiado extenso
Sua lógica em não ter inspirações externas
De vidas existentes, glórias e decepções

Sou deveras incompetente ao descrever
As maravilhas (que são poucas!) existentes
E as grandes frustrações e o real supérfluo
Que hoje já é quase a totalidade existente

Amargo absinto da vida
Que me deixa ébrio e pensativo
Vesano diante de cálculo regressivo
Analisando o tempo que me resta
Para que a minha morte
Colapso de minhas desventuras
Não significará algo relevante
Mas obviamente será mais significativa
Do que esta simplória vida
Que eu vivo e não arranco de outrem

Singularidade maléfica de meu pensar
Risco atribuído a outras existências
Questões de coações involuntárias da moral vigente
Paralelo que verificou-se por distinções
Modos da articulação cultural
Do projeto de minhas grandes arquiteturas poéticas
Que não superam as linhas de agora

Incrível é este oceano
Que guarda toda a minha infelicidade
E não tem qualquer curso a seguir
Estratagema de existência vital
Paralelos que geram ondas

Misturando-se assim às ideias
Nenhuma conclusão e/ou idiossincrasia
Apenas são os suspiros dos ventos
E suas inúmeras levas microscópicas
Incapazes de se fixarem ao humano

Trivial cotidiano maléfico
Em que me desprendo de qualquer ato
Que poderia superar o dicionário
As enciclopédias existentes
E outras coisificações do universo humano

Cemitério que guarda os meus ossos
Sem qualquer recordação escrita
Ou objeto para fazer viver em outrem
(Como se fosse realmente necessário)
A memória de meus atos e palavras

Talvez este assunto seja parte da psicologia
De sua crítica estudantil e teórica
Ou de sua praxe não explicada
De forma a ser parte do conhecimento de alguém
Como se ambos os casos se perdessem
E se odiassem em momentos magníficos
Ou se amassem diante das glorificações universais

Pensamentos são desvios necessários
As artes de outrem, os princípios desconheço
E as minhas, nem ao menos sei o que elas são
Sei apenas que a arte é autossuficiente
E não sei se me trará memórias de além-vida
Se os significados se apresentam por humanos
Ou se os pesares são apenas da viuvez
De alguém que jamais deixou de ser solitário

Incrível encontro das eternas inimigas
A insônia e a madrugada
Encontram-se no horário do descanso
E o poeta não consegue se esquecer de seus fantasmas
Tão distante de seus minutos de fuga necessária
(E nem ao menos sabe se os merece...)
Filosofia, quartel do soldado pensador
Discursos lógicos fora da lógica vigente
Amargura do tempo que se perdeu
Diante de seu único reflexo

Ópera totalmente desarmônica
Música previsível com o seu velho cromatismo
Destruindo as raízes do tradicionalismo
Fixando os pontos que serão encaminhados
Diante de um futuro de indivíduos
Em que morrerá a própria essência selvagem humana

Comédia triste e involuntária
Caminho de todos os extremos
Polaridades portadoras do desequilíbrio
Ruínas de minha mente
Sagas de idiossincrasias que não trazem mais alegrias
Cruz de todas as minhas derrotas eternas.

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