quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Universo nulo e restrito

          Primeiro surgiu o piso, que se formou de maneira instantânea e pragmática... após, as paredes, portas, janelas, jardim do quintal, todos os móveis... enfim: tudo se construiu sem que a vida surgisse.
          A televisão parada e quieta, sem qualquer sinal capturado por sua antena inexistente. O vento sopra e adentra pela janela; de vez em quando, algum objeto cai sobre o solo e nunca mais se ergue novamente... sem vultos de qualquer animal vivo, a velha casa continua à sua praxe de sempre: nem ratos e nem pássaros a rodeiam, e nem insetos aproveitam a imensidão proporcionada pelo grande jardim do quintal.
          Ao lado da velha casa, outras semelhantes: que não são melhores e não são piores do que ela... na verdade, apenas trocam-se os objetos, o espaço e seu tamanho... não existem sinais de superioridade ou inferioridade, a natureza se transforma, mas os seus princípios sempre serão os mesmos.
          Tão distante da realidade todo este princípio não-vital!... existe alguma disputa, cenário diferente ou processo a ser seguido?... Não existem respostas convincentes; e a verdade é que não existem provas que concretizam a existência dos questionamentos filosóficos, científicos, racionais ou poéticos.

          Fora das casas, calçadas e ruas vazias... grandes prédios abertos; e ninguém para fechar as suas janelas e portas!... Grandes comércios e seus produtos: tudo está à disposição, menos os animais e os humanos (pois aqui é utópica a existência de qualquer vida). Todas as estruturas da sociedade pós-moderna estão expostas; tudo está quieto diante do grande projeto nascituro que é a humanidade.

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