Uma fábula de meu tempo
- É, parece que as coisas estão se
complicando!... – diz o piloto de um avião ao seu assistente.
- E o que poderemos fazer? – responde
o copiloto.
- Nada, absolutamente nada! – volta a
falar o piloto.
Os dirigentes do avião chamam a
aeromoça e lhe dão uma notícia não muito agradável: o avião passará por
pequenas turbulências (por causa do tempo), mas em breve a viagem retornará ao
seu normal... e a moça, com a sua fé restrita à sua posição profissional, vai
até os passageiros e lhes dá a informação que recebeu; apenas pede para que
apertem bem os seus respectivos cintos.
Todos se dividem em duas posições
distintas de modos de pensar: alguns (análogos à própria aeromoça!) ficam
aliviados ao terem por certo que as coisas haverão de melhorar; outros (eternos
escravos do pensamento negativo e iguais aos pilotos do avião) sabem que as
probabilidades não são boas e confiam apenas nas racionalidades da ciência...
Em questão de minutos, o avião cai no
solo e todos os indivíduos que haviam dentro dele morrem: alguns de forma
repentina e outros diante de grandes aflições em milésimos de segundos... cada
um sofre (ou não!) de acordo com a sua posição.
E em muitas ocasiões a vida se iguala
a esta narrativa; e ninguém sabe se ela continua ou não, as hipóteses vão da
“racionalidade” à “metafísica” e a estas questões não quero adentrar aqui...
por que escrevi esta história (que foi formada através da narração de
outrem...)? na verdade, foi apenas a vontade que me guiou; não existe nada,
além do egocentrismo, nestas narrativas pós-modernas.
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